Artigos de Antónia Môsso no nosso arquivo
Respostas à Nina
Uma pergunta é uma máquina de fazer ver. A frase não é minha. É de José Tolentino de Mendonça. Mas está tudo lá.
Sangram as mulheres
No mês de março devem ser poucas as mulheres que escapam aos holofotes. Altura em que se tecem freneticamente atividades e comemorações em torno das mulheres e as convidam a ocupar lugares de fala. Dão música. Oferecem chocolates. Colocam uma flor atrás das suas orelhas e sussurram palavras de enaltecimento. Afinal, quem não ama as mulheres? Nada contra, desde que não se fique por aqui.
Pai, afaste de mim esse cálice (cale-se)
Imagina que te colocam à frente duas opções e só podes escolher uma. De um lado comida e do outro a liberdade. Não me espantaria se a opção recaísse sobre a necessidade mais imediata que é a do alimento, afinal de que serve a liberdade se se tem fome e é preciso nutrir o corpo?
Solidariedade da Folia
A solidariedade é um dos milagres mais admiráveis da civilização. E, nem me refiro ao formato mais comum de solidariedade que é proporcionar ajuda material a quem mais precisa. Refiro-me à solidariedade em torno da defesa de determinados valores e direitos sem os quais perigam a existência e a dignidade humana. Solidariedade é poder. União. Conexão. Força. Esperança. Mudança. Segurança e preservação da vida.
Cuidado com as curvas mulher
O corpo da menina e da mulher está exposto em todo o lado. A mulher sexy serve de chamariz para vender tudo e mais alguma coisa. E não é por acaso que o seu corpo, preferencialmente com pouca roupa, é presença obrigatória nos anúncios, televisão, cinema, revistas, redes sociais. O corpo da mulher rende. O corpo da mulher inspira. É omnipresente. Quem sabe até… omnipotente.
A impunidade já tem local e hora marcada
Cabo Verde possui as suas distopias e desvarios, isso todos nós sabemos. O reiterado desprezo pelas leis e regras sociais, é um fato que nos tem causado enormes dissabores, infelicidade e sentimento de injustiça.
Mudar o mundo
Não há nada mais falso do que afirmar que não se pode mudar o mundo. Umas vezes de forma negativa, outras positivas, os seres humanos alteraram sempre o mundo e o estado das coisas graças à sua vontade de agir.
Casa com Amadeu Oliveira
O caso Amadeu Oliveira tem corrido muita tinta. E confesso que não gostaria de estar a escrever sobre o assunto. Não tenho nem competência, nem forças para desbravar este mato, mas como cidadã, que vive em contexto de democracia, tenho o total direito de querer saber se há ou não “coelho” neste mato.
Fecha os olhos e abre a boca
Fecha os olhos e abre a boca era uma brincadeira que fazíamos em criança. Muito arriscada por sinal. E nem sempre as coisas acabavam bem. Era pedido para fecharmos os olhos e abrirmos a boca e depositavam-nos algo desconhecido na boca. Uma brincadeira pateta, como tantas outras que assinalam a criancice, mas que implicava uma confiança (quase cega) no colega da brincadeira. O manter os olhos fechados remetia para uma vulnerabilidade extrema e o desfecho poderia variar dependendo do que depositassem na nossa boca. Podia ser o que calhasse. Um rebuçado, uma pedra ou até um bicho nojento que tivesse a infelicidade de passar perto àquela hora. Escusado será dizer, que não era brincadeira para se fazer com “qualquer um”, pois implicava confiança.
Para a nossa Democracia, o luto
Para a nossa Democracia ser aquela Democracia que, mesmo em permanente processo de construção e reconstrução, seja o garante dos nossos direitos e nos instigue para a sua defesa, teremos obrigatoriamente de fazer o luto.
Amor? Ao próprio
Tenho reparado com alguma inquietação, que rondam por aí uns vírus muito mais contagiosos que o Covid-19. Para descanso das nossas almas (já demasiadamente angustiadas pelas privações atuais impostas pelo corona) estes não matam. Mas não é por não matar (pelo menos vidas) que não quer dizer que não devamos ter alguma precaução. Evitar o risco de contaminação.
A campanha que nos acompanha
Estamos condenados a olhar para a frente. A estar atentos ao que se passa no mundo e desafiar-nos a mudar. Melhorar. Surpreender pela positiva…crescer. A evoluir.
Quantas vezes
Quantas vezes. Quantas vezes, dirige-se a um serviço público ou privado? Quantas vezes, precisa comprar algo em algum espaço comercial?
Ano Novo, Povo novo.
Há quem diga que este povo não presta. Que por ter um medo colossal de tudo e de todos não se assume, em nada se inscreve e se apaga quando se devia rebelar.
A procrastinação, a perda de um ser humano e de uma mosca
A vida precisa entrar na Assembleia Nacional. Sim, outro dia defendia eu que a vida dos animais não humanos (e na altura referia-me à população canina errante) precisava invadir a Assembleia Nacional. Começar raivosamente a distribuir dentadas “a torto e a direito”, atormentando os presentes com o seu “mundo de pulgas, carraças e doenças” para que o assunto fosse colocado em cima da mesa e definitivamente resolvido.
Liberdade para festejar a nossa liberdade
É tempo de comemorações. A Freedom House (agência internacional de defesa dos direitos humanos) classifica Cabo Verde como o país mais livre de África. E, se não fosse Portugal- a nos roubar o lugar- estaríamos no 1º lugar do “Pódio” em termos de liberdade dos países da CPLP. Noruega, Finlândia e Suécia continuam a ser os países mais livres do mundo, chatice! Para a próxima Cabo Verde com o pé direito entrará, com fé em Deus e na mãe santíssima, na lista dos países mais livres do planeta. Tal como Sartre, os cabo-verdianos também parecem estar condenados a serem livres.
Os animais não humanos não entram no parlamento
Comemorou-se no dia 4 de Outubro o dia mundial do animal. Mais uma excelente oportunidade perdida para as Câmaras Municipais do país apresentarem propostas viáveis para o problema de crescimento descontrolado da população canina e felina e o seu abandono.
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