Artigos sobre Opinião

Fecha os olhos e abre a boca
Fecha os olhos e abre a boca era uma brincadeira que fazíamos em criança. Muito arriscada por sinal. E nem sempre as coisas acabavam bem. Era pedido para fecharmos os olhos e abrirmos a boca e depositavam-nos algo desconhecido na boca. Uma brincadeira pateta, como tantas outras que assinalam a criancice, mas que implicava uma confiança (quase cega) no colega da brincadeira. O manter os olhos fechados remetia para uma vulnerabilidade extrema e o desfecho poderia variar dependendo do que depositassem na nossa boca. Podia ser o que calhasse. Um rebuçado, uma pedra ou até um bicho nojento que tivesse a infelicidade de passar perto àquela hora. Escusado será dizer, que não era brincadeira para se fazer com “qualquer um”, pois implicava confiança.

Edição 1062
A entrevista de Jorge Santos, ministro das Comunidades, faz a manchete desta edição do Expresso das Ilhas.

O Ser acomodável
Mariupol, Odessa, Zelensky, neve, crianças, bombas, mísseis, Rússia, Putin, URSS, destruição, parlamentos unidos na aclamação da intervenção vídeo, gestos de coragem individual surpreendentes, tudo isto é um pouco do que assistimos sentados no conforto das nossas casas, enquanto simultaneamente deslizamos o olhar pelas redes sociais e pelos debates sobre esta guerra e suas causas, justificações e compreensões, comparações com outras guerras que aparentemente não nos incomodam tanto apesar de estarem geograficamente mais próximas, todos opinando, com direito inalienável de declarar a sua sentença.

Sou abençoada
Primeiro por ter nascido cabo-verdiana, depois por ter nascido num país independente e, ainda, por viver, hoje, num país verdadeiramente livre, desde 13 de janeiro de 1991.

A campanha que nos acompanha
Estamos condenados a olhar para a frente. A estar atentos ao que se passa no mundo e desafiar-nos a mudar. Melhorar. Surpreender pela positiva…crescer. A evoluir.

Por uma Justiça para o século XXI. Quid Ius? O regresso da Juris-Prudência esquecida.
A mainstream, ancorada no centenário senso comum dos juristas, definiu a questão da morosidade processual como a maior chaga da justiça cabo-verdiana.

Diplomacia nebulosa ou a ânsia da falsificação da história
Ouvi com surpresa e consternação uma comparação feita pelo Embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, num debate sobre a Diplomacia, ocorrido no dia 16 de janeiro pp, destinado principalmente à nossa Diáspora, mas muito seguido no país.

A Independência de Cabo Verde, a abertura ao pluripartidarismo e os desafios da Democracia (ou a longa caminhada para a Liberdade)
O processo que conduziu à Independência de Cabo-Verde, a 5 de julho de 1975, foi antecedido de uma longa noite colonial que durou por 515 anos, com muito sofrimento pelo meio, as populações a serem dizimadas pelas secas e enterradas em valas, a miséria, a emigração forçada para as roças de S. Tomé, o analfabetismo generalizado, enfim, o desprezo e o abandono total do povo das ilhas pelas autoridades coloniais .

Investimento do desporto nos países em desenvolvimento
A investigação mostra que o investimento no desporto nos países em desenvolvimento é muito menor do que nos países desenvolvidos, uma vez que o desenvolvimento desportivo não é geralmente uma prioridade no orçamento nacional ou no sistema educativo da maioria destes países.

Plurin
O Mercado Municipal de S. Vicente, ‘Plurin d’Virdura’, ou, simplesmente, ‘Plurin’, é um dos mais emblemáticos edifícios da Rua d’Lisboa, mesmo para os dias de hoje, mormente para o tempo em que foi construído.

Palavras de Silêncio
A noite enrolou-se à volta da árvore, reacendeu o brilho intermitente das luzes sobre o Menino Jesus do presépio e fez disparar a ansiedade do bisavô que não para entre a cozinha e as janelas e inventa serviço, sob o olhar tranquilo da esposa.
mais