Artigos sobre Aristides Pereira
Exigir reparações não desculpabiliza má governação
A problemática das chamadas reparações a países colonizados ou que sofreram com o tráfico de escravos no Atlântico e com a escravatura ganhou uma outra dimensão e outro vigor com as declarações do presidente Marcelo Rebelo de Sousa nos dias que antecederam as comemorações do quinquagésimo aniversário do 25 de Abril. Na opinião do presidente, Portugal deve assumir a sua responsabilidade por crimes cometidos durante a época colonial e “pagar os custos”.
Meio século sem Cabral
20 de Janeiro de 1973. 23 horas. Um grupo chefiado por Inocêncio Cani prende Amílcar Cabral e a mulher. Cabral resiste, Cani atinge-o com um tiro, tendo depois ordenado a um acompanhante que lhe desse uma rajada, que mata o líder do PAIGC. Um grupo chefiado por Mamadu N’Djai prende Aristides Pereira, mete-o numa vedeta do partido e ruma a Bissau. Um outro grupo, chefiado por João Tomás Cabral, assalta a prisão do PAIGC e liberta Mário Mamadou Touré e Aristides Barbosa, os cabecilhas do golpe. Foi há meio século.
Há 49 anos Amílcar Cabral era assassinado pelos seus pares do partido em Conacry
A 20 de Janeiro de 1973, Amílcar Cabral era assassinado em Conacry e, a 21 do mesmo mês, Sékou Touré, Presidente da República, anunciava ao mundo a morte do pai das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
As sete eleições presidenciais de Cabo Verde
A 17 de Outubro de 2021 Cabo Verde vai a votos naquelas que são as sétimas eleições presidenciais em democracia. Nunca a corrida foi tão participada: um total de 8 candidaturas apresentou-se ao Tribunal Constitucional e 7 foram aprovadas, batendo assim qualquer participação anterior. Recordemos as Presidenciais anteriores.
O 19 De Fevereiro de 1990, a Mudança do Regime Político e a Instauração da Democracia Representativa em Cabo Verde
Entre os comentadores e fazedores de opinião que se situam no campo político do MPD é frequente e sistemática a tentativa de reduzir o alcance e o valor histórico da decisão do PAICV anunciada a 19 de Fevereiro de 1990. Desta forma, pretendem transferir os méritos da instauração da democracia representativa em Cabo Verde, em exclusivo para o MPD e para os seus dirigentes.
O ritmo da mudança em noventa
Na senda do anúncio do PAICV de 19 de Fevereiro de 1990 sobre a abertura do regime, um grupo de independentes e dissidentes do sistema de partido único reuniu-se, elaborou uma Declaração Política e constituiu um pequeno grupo para a discussão com o poder instituído da agenda da transição política e organizar a luta democrática pelo poder. Essa declaração, após uma discussão alargada, foi sujeita à subscrição pública no país e no exterior e publicada com a data de 14 de Março de 1990.
A “abertura política” de 19 de Fevereiro
Cabo Verde não embarcou, em 1975, na chamada terceira onda de democracia, mas em 1990, para fazer face à apatia e insatisfação que se fazia sentir na sociedade e embalando nos ventos políticos vindos da Europa do Leste, o PAICV anunciava, a 19 de Fevereiro, a “abertura política”, ao aprovar medidas que deviam conduzir, “a prazo”, à mudança do regime e ao pluralismo partidário em Cabo Verde.
Restabelecer os equilíbrios
O descontentamento das pessoas em relação à democracia é hoje um fenómeno quase universal. Multiplicam-se as críticas sobre o seu funcionamento e suposta ineficiência e aumentam as dúvidas quanto à sua capacidade de encontrar soluções para os problemas da actualidade.
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