Cabo Verde soma já uma dezena de casos positivos, os últimos dos quais registados na Boa Vista, no mesmo hotel onde surgiu o primeiro caso de COVID-19 no país. E cada vez mais testes. Com o 'cerco sanitário' a apertar em torno de casos e contactos, como diz o Director Nacional de Saúde: é natural que os casos suspeitos aumentem também.
Esta leva bastante grande de amostras é justificada pela saída da quarentena no Hotel da Boa Vista, para quarentena domiciliar, de vários trabalhadores do estabelecimento hoteleiro. O timing para realização das amostras, como referiu o Ministro da Saúde, hoje também presente na conferência diária, tem a ver com critérios de detecção da presença de infecção, minimizando-se o risco de falsos negativos.
O ministro avançou ainda, na altura, que os cabo-verdianos que foram apanhados de surpresa, pela restrição de movimentação interilhas, em ilha diferente da sua ilha de residência, serão em breve enviados para suas casas, após controle sanitário e de validação dessa mesma residência. Pode ver mais assuntos tratados na conferência, aqui.
Na Economia, o Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças divulgou hoje números no âmbito das medidas de apoio à Economia nacional para efeitos de mitigação do impacto da pandemia. A saber, há mais de 8 mil pedidos para a suspensão colectiva do contrato de trabalho e que cerca de 500 empresas já pediram apoio a nível do sistema financeiro. Manutenção dos postos de trabalho continua a ser a prioridade entre as prioridades. E para acelerar as coisas, o ministro das Finanças tem agora poderes para ir ajustando as regras das medidas de acesso aos incentivos e apoios às empresas.
As medidas em curso, aponta, por seu turno o o presidente da Câmara de Comércio, Industria e Serviços de Sotavento, Jorge Spencer Lima, deixam pelo menos 50% das empresas, a nível nacional, de fora do acesos às linhas de crédito. Isto porque a maior parte das empresas tem dívidas ao fisco ou à segurança social, entre outros pontos exigidos. Discussão e negociação com o governo, para cumprimento das obrigações, deverá ser a chave para resolver o impasse.
Na Educação... Hoje teria sido dia de regresso às aulas, após a interrupção lectiva da Páscoa. Mas, como se sabe, o calendário escolar para o ano lectivo 2019/2020 é já letra morta. O ministério da Educação continua a avaliar cenários e a tentar encontrar soluções. Hoje, o Sindicato Democrático dos Professores (SINDPROF) tornou públicas as suas propostas, que incluem passagens administrativas até ao 11.º ano e a antecipação do início próximo ano lectivo. Conheça as restantes propostas aqui.
Hoje cumpre-se também o 16.º de 20 dias do Estado de Emergência. Com o aproximar do fim do prazo declarado, o Presidente da República manteve hoje encontros com o poder executivo e autoridades de saúde, para fazer o balanço e consolidar a posição quanto a uma eventual prorrogação. O anúncio da decisão presidencial é esperado na quinta ou sexta-feira.
Os parceiros sociais são bastante consensuais nesse ponto e advogam que estado de emergência é para manter, nas ilhas com casos positivos, mas nas restantes ilhas deveria haver um abrandamento das restrições.
COVID-19 no Mundo
Enquanto em Cabo Verde se discute o que fazer após o término do Estado de Emergência em vigor (17 de Abril), em Espanha, e contra a vontade de vários especialistas, voltou-se esta segunda-feira ao trabalho, apesar do prolongamento do Estado de alarme. Na verdade é um regresso às regras do estado de alarme de há um mês, com um conjunto de regras restritivas, mas com reinicio de atividades industriais e laborais (seja uma fábrica, seja um escritório de advogados, embora se deva privilegiar o teletrabalho). O regresso é feito com várias recomendações para se proteger do novo coronavírus e, por exemplo, distribuição de máscaras para usuários dos transportes públicos, e a decisão teve por base o enorme impacto que o confinamento extremo estava a ter no país. (El País)
Espanha registou entre ontem e hoje 517 mortes por coronavírus, o número mais baixo desde 24 de Março. Mas, alertam os especialistas, os dados de fim-de-semana costumam ser sub-reportados.
Em outras paragens, assisite-se a uma prorrogação dos confinamentos e quarentenas obrigatórios: Itália estendeu até 3 de Maio, Argentina até 26 de Abril, França até 11 de Maio...
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Com praticamente todas as competições desportivas suspensas, há uma corrida que decorre a nível internacional e cujo resultado é por todos esperado. Falamos da corrida científica em busca de tratamentos e, no pódio, uma vacina, contra a COVID-19. Têm chegado várias notícias sobre o tema, umas mais, outras menos animadoras. Outras ainda inconclusivas, pelo menos de momento.
Começando por estas, na Austrália, testes feitos com antiparasitário comum, mostraram bons resultados contra o novo coronavírus. O fármaco conseguiu matar o vírus, com o remédio para piolhos e lombrigas... Contudo, os testes foram meramente laboratoriais e realizados num sistema pouco complexo. Assim, ainda é cedo para qualquer congratulação esta hipótese terapêutica. (Expresso)
Quanto a vacinas: uma investigadora da Universidade de Oxford acredita que a vacina que a sua equipa está a desenvolver poderá estar disponível em Setembro (Observador). Esta previsão é muito melhor do que a de outros estudos, e da própria OMS, que apontam para um prazo de 18 meses, antes da vacina estar no mercado.
Melhor tempo ainda para Israel. Uma equipa do Instituto de Pesquisa da Galileia acredita estar muito perto de uma vacina e o próprio ministro da Ciência e Tecnologia, Ofir Akunis, anunciou que a mesma pode estar disponível no prazo de 90 dias. (Expresso)
Ao todo, no passado 8 de Abril, havia em todo o mundo 115 candidatas a vacina contra a COVID-19 em desenvolvimento, contabilizou a revista Nature. A primeira surgiu nos EUA, e já está a ser testada em humanos desde 16 de Março. No total são três vacinas em testes com pessoas, diz a OMS, que no entanto só aponta para 70 vacinas em desenvolvimento (SIC Notícias).
Em Singapura, 11 pessoas que recuperaram de COVID-19 doaram sangue para um tratamento experimental de terapia com plasma. A investigação está a cargo da Singapore's National Centre for Infectious Diseases (NCID). (CNA)
Números
Ao fim da tarde desta quinta-feira, contabilizavam-se 1.909.180 casos de infecção em todo o mundo, 440.273 dos quais recuperados. O número de mortes é 118.497.
(fonte: https://coronavirus.thebaselab.com/ às 17h30 de dia 13/04)
Sugestão do dia
A sugestão do dia é um vídeo proposto pelo (temporariamente fechado) Oceanário de Lisboa, para relaxar e meditar em tempos de confinamento. O título Vídeo Relaxante Medusas é literal. Veja e descontraia. (Via Público)
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