Artigos sobre guerra da Ucrânia
“Continuamos a esperar resultados diferentes, mas com os mesmos actores e as mesmas políticas”
Um mundo em ebulição, e um ano que se revela complicado para todos. Por cá, continuamos “a viver como se os problemas globais fossem algo distante” e a esperar resultados diferentes com os mesmos actores e práticas. A observação é de Manuel Brito-Semedo que escolhe a palavra incerteza para perspectivar 2025, numa entrevista em que também se passa em revista 2024.
No rescaldo das eleições autárquicas novas lideranças partidarias poderão surgir
As nonas eleições autárquicas aconteceram no passado dia 1 de Dezembro e, como era esperado, aumentou o número de câmaras municipais (CM) lideradas pelo PAICV. O que não se contava é que tal desfecho se traduzisse numa vitória inequívoca desse partido, passando a dominar o espaço autárquico com quinze municípios, contra os sete sob o controlo do MpD. O aumento das CM do PAICV nestas eleições em parte reflecte a tendência para a retoma do equilíbrio autárquico perdido em 2016, quando o PAICV ficou com duas CM e o MpD com 18, que já em 2020, com a subida do score do PAICV para sete CM, tinha começado a manifestar-se.
“O grande factor de força, prestígio e relevo de Cabo Verde no mundo é a geopolítica”
O antigo ministro português, empresário e especialista em Segurança Ângelo Correia integrou a comissão de trabalho que elaborou o novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional de Cabo Verde, já apreciado positivamente pelo Conselho Superior da Defesa Nacional, e que vai esta semana a debate no Parlamento. De passagem por Cabo Verde, a ocasião foi pretexto para uma conversa onde a Segurança foi o tema central e que começou no plano global, e suas cisões e contradições, passou pelo regional, e pela incapacidade da Europa de se afirmar, e terminou em Cabo Verde. País mais mar do que terra, voltado para o mundo, a sua força “depende da capacidade de encontrar oportunidades exteriores para desenvolver as suas potencialidades internas”, advoga o ex-político. Um país que se quer também cada vez mais forte a nível da sua Segurança e diplomacia securitária e que, garante Ângelo Correia, se vê hoje dotado de um conceito estratégico de defesa nacional holístico, moderno e exigente.
Desafios da nova conjuntura: O debate necessário
O Banco de Cabo Verde (BCV) na publicação de Outubro do seu relatório de política monetária anunciou a subida das taxas de juro de referência. As razões apresentadas foram de reduzir o diferencial entre as taxas de juro no País e no estrangeiro, em particular na Europa.
O fim de uma Era e o Mundo em modo “sobrevivência”
O Relatório de Riscos Globais (GRR, da sigla em inglês) 2023, do Fórum Económico Mundial (WEF), mostra um mundo moldado por crises persistentes, no qual economias e sociedades terão dificuldade em recuperar-se dos choques contínuos. Toda uma Era de progresso global e políticas monetárias facilitadoras estão em retrocesso e o foco colectivo está a ser canalizado para a “sobrevivência” às crises actuais. A volatilidade será constante e nos próximos dois anos o principal risco global é, como já está a ser vivenciado pelo cidadão comum, o “custo de vida”.
Em Cabo Verde o ano de 2022 foi fortemente influenciado pelos impactos da guerra na Ucrânia, pelas alterações climaticas e pela Covid-19
A guerra na Síria deu espaço para os russos – agora liderados por Putin – mostrarem ao Mundo que estavam de volta e que teriam de ser levados em conta em quantas situações de crise surgissem.
Guerra entrou em "fase perigosa" de "cenário assustador" ao nível nuclear
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, considerou hoje que a guerra da Ucrânia, causada pela invasão russa, está agora "numa fase perigosa" devido ao "cenário assustador" relativo às armas nucleares da Rússia.
Pôr de lado o muro de lamentações e agir
Já nas vésperas de um novo ano político seria de esperar algum sinal de um discurso diferente e de uma postura mais ponderada em relação a matérias de interesse geral do país e mais condizente com a situação nacional e internacional actualmente vivida no mundo. Infelizmente não é o que se vê. A impressão geral é que apesar dos desafios serem diferentes a tendência é para se fazer o mais do mesmo e continuar a procurar ganhos eleitorais em todas as ocasiões como se as eleições estivessem à porta. Isso aplica-se dos dois lados tanto da situação como da oposição e nota-se ao nível da administração local e do poder central.
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