O Ministério da Saúde e da Segurança Social anunciou na manhã de hoje, o aparecimento de mais um caso confirmado de COVID-19, na cidade da Praia. Trata-se de um homem de 43 anos, de nacionalidade cabo-verdiana e residente em Ponta d´Agua, bairro vizinho de São Filipe (onde foram diagnosticados os outros três casos positivos da Praia).
Ainda não é conhecida a origem da infecção e o paciente está isolado no hospital Agostinho Neto com um quadro de infecção respiratória moderada.
Sobre novos casos suspeitos, disse hoje o director nacional da Saúde que há dois novos na Praia, um em São Vicente, cuja amostra chegou hoje à Praia e está a ser examinada” e foram detectados ainda mais três casos suspeitos na Boa Vista. Relativamente aos já anunciados casos suspeitos de Santa Catarina “dois testes deram negativo e um dos testes vai ser repetido”.
Cabo Verde regista assim, até ao momento, 56 casos positivos da COVID -19, 51 na Boa Vista, quatro na cidade da Praia e um em São Vicente. Na estatística há ainda um óbito (de um turista inglês, primeiro caso que surgiu no país) e um recuperado (o primeiro caso que foi diagnosticado na Praia).
O caso da Praia desviou hoje (mas só um pouco) a atenção da Boa Vista. Contudo, o anúncio ontem feito pelo Primeiro-ministro, na visita relâmpago à ilha, de que está a ser montado um programa excepcional de regresso dos cidadãos às suas ilhas de residência criou alguma polémica. A medida, que já tinha sido avançada pelo Ministro da Saúde, destina-se exclusivamente a essas situações e a residência habitual tem de ser convenientemente comprovada.
Hoje foi também dia de sessão plenária extraordinária. No seu discurso, Ulisses Correia e Silva, revelou que serão levantadas algumas das restrições em vigor com o Estado de Emergência. Voos interilhas e internacionais vão manter-se suspensos num futuro mais próximo, disse ainda.
A União Europeia (UE) vai apoiar Cabo Verde, com 551 mil contos destinados aos programas de assistência social à população mais vulnerável.
O Ministério da Educação ainda tem esperança de que as escolas (pelo menos as das ilhas não afectadas) possam abrir em Maio, mas o que já é certo é, pelo menos por enquanto e para não perderem o contacto com o meio escolar, que serão transmitidos programas de ensino-aprendizagem através da rádio e televisão.
As escolas também já organizaram para o levantamento sobre as condições dos alunos, nomeadamente o acesso à electricidade, à internet, à televisão e à rádio.
O SINDEP reitera que o ensino a distância é impraticável em Cabo Verde, pois exige condições humanas e materiais escassas no país.
Entretanto as Universidades também estão a adaptar-se à educação em tempo de confinamento. A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) vai continuar a apostar no ensino a distância até o dia 02 de Maio, intensificando o recurso à plataforma ‘Moodle’. Com o apoio das operadoras de telecomunicações, a Uni-CV conseguiu obter alguns megas de Internet para uso próprio e também contemplou 400 estudantes, para que pudessem aceder ao material pedagógico, disse a reitora.
A Universidade Jean Piaget de Cabo Verde (UniPiaget) anunciou também que a partir do dia 20 inicia aulas ‘online’ para todas as unidades curriculares. Nesta universidade, segundo o Reitor, são poucos os estudantes que não têm acesso à internet e, além disso, também aqui, as operadoras de telecomunicações disponibilizaram megas para os alunos.
Na Universidade de Santiago estão a ser retomados contactos e distribuídas tarefas e actividades aos alunos. Ao mesmo tempo, mede-se a receptividade dos alunos, a sua capacidade de resposta tecnológica e também de acesso à Internet, para ver soluções. A US, garante o director de Serviços Académicos, tem as plataformas digitais necessárias criadas, mas ensino a distância não se faz de um dia para outro e há certas práticas que “têm de ser mudadas”, salvaguarda.
COVID-19 no Mundo
Mais de metade da população mundial está confinada em casa. O balanço é da AFP, e refere que as pessoas que cumprem medidas de confinamento estão distribuídas em 110 países ou territórios. As populações em questão representavam esta sexta-feira cerca de 58% da população mundial actual, estimada pelas Nações Unidas em cerca de 7,8 mil milhões de pessoas. (Público)
O combate ao coronavírus na Coreia do Sul tem sido, relativamente, bem-sucedido. Mas um dado preocupante tem surgido no país. Conforme informou Seul, esta semana, pelo menos 116 pessoas inicialmente consideradas recuperadas voltaram a apresentar resultados positivos. As autoridades sanitárias ainda estão a investigar as “recaídas, e Jeong Eun-kyeong, director dos Centros Coreanos de Controlo e Prevenção de Doenças (KCDC), diz acreditar, citado pela Reuters, que o vírus pode ter sido reactivado e não que os doentes estejam a ser reinfectados.
Na verdade ainda ninguém sabe porque isto acontece e como funciona a imunidade ao vírus. A (in)eficácia dos testes também é uma hipótese em aberto. Espanha está a registar também algo preocupante, com vários pacientes, com sintomas, a testarem negativo na principal prova diagnóstica, a PCR.
Não se sabe, na verdade, quais as possibilidades de ser reinfectado, nem quanto tempo dura a suposta imunidade. Outros coronavírus , SARS1, de 2002, e MERS, de 2012, mostram imunidade por dois e três anos, respectivamente.(El País)
Mais um “escândalo” relacionados com testes comprados na China. O NYT relata que o Reino Unido pagou 20 milhões de dólares por dois milhões de kits de testes caseiros para detectar anticorpos para o coronavírus. Os testes - simples como um teste de gravidez, segundo o primeiro ministro, Boris Johnson - afinal não são precisos e foram abandonados... (NYT)
Números
Ao fim da tarde desta quinta-feira, contabilizavam-se 2.145.512 casos de infecção em todo o mundo (2.049.849, ontem), 543.280 dos quais recuperados (507.782, ontem). O número de mortes é de 143.308 (132.835, ontem).
(fonte: https://coronavirus.thebaselab.com/ às 18h35 de dia 17/04)
Sugestão do dia
Jair Bolsonaro despediu o ministro da Saúde, em meio da pandemia, e por este estar a seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (com as quais o presidente brasileiro, não concorda).
O que aconteceu foi mais ou menos como isto, considera o cartoonista Alberto Benett:
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