Os resultados do décimo inquérito sobre “A qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde: condições económicas e satisfação com a democracia” apontam que a maioria dos cabo-verdianos (65%) considera que o país está a seguir numa direcção errada. Mais da metade da população considera as condições económicas do país más ou muito más e manifesta uma elevada insatisfação com o funcionamento do sistema democrático.

​A Afrosondagem publicou ontem dia 17 de Dezembro os resultados do estudo feito sobre a qualidade da democracia e a governação em Cabo Verde. As sondagens apresentadas revelam uma queda significativa na confiança nas instituições. Só as forças armadas ficam acima dos cinquenta por cento. A confiança no presidente da república caiu de 65%, em 2022, para 57 %, enquanto no caso do Primeiro-ministro passa de 57% para 31 %.

Cabo Verde, apesar de ocupar o 3.º lugar no Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) em 2023, mantém sinais de alerta quanto à deterioração geral nos últimos cinco anos. O país destaca-se por investir mais de 10% do seu PIB em saúde e educação, áreas que tiveram melhorias notáveis, segundo o Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) 2024 publicado hoje.

​Os países africanos precisam de dados estatísticos robustos para poderem conceber políticas eficientes para a educação ou saúde, avisou a directora executiva da Fundação Mo Ibrahim, Nathalie Delapalme, que elogiou Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

​A presidente do PAICV afirmou quinta-feira, em Luanda, que a governação do Movimento para a Democracia (MpD) não passa de uma "gestão corrente" da herança recebida em 2016, do Governo do seu partido.

Cartoon do Yuran H. ​

​Cabo Verde no seu afã diário de sobrevivência e a sonhar com o desenvolvimento de vez em quando depara-se com factos, situações e constatações que deviam obrigar a uma pausa seguida de reflexão mais aprofundada.

O secretário-geral do Movimento para a Democracia, Miguel Monteiro, reconheceu hoje que há necessidade de o seu partido intensificar os contactos com a população, porque, diz, o “povo tem sempre razão”.

A presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, considera “muito preocupante” o facto de, apenas dois anos depois, os cabo-verdianos considerarem que a governação do país vai no sentido errado.