A cronologia traçada aos dois casos positivos diagnosticados na Praia e importados da Boa Vista, mostra que a infecção ocorreu antes da "libertação" dos trabalhadores dos hotéis Palace e Karamboa desses espaços. Isto quer dizer, explica o Director Nacional de Saúde, "que elas foram infectadas na comunidade". Ou seja, o vírus já circulava nessa ilha, onde se verificam mais de 80% dos casos de Cabo Verde.
Entretanto, a investigação ao caso de Ponta D'Agua, o quarto diagnosticado na Praia, mostra que o paciente manteve vários contactos, por vários bairros da capital e inclusive em São Domingos. Entre esses, há mais um caso positivo, um homem de 45 anos. O bairro de residência deste novo caso não foi revelado, como decidiu o governo, desde a semana passada.
De São Vicente foram analisadas 47 amostras: 46 negativas e um novo teste de despiste ao caso positivo já registado e que continua a acusar infecção pelo coronavírus.
Hoje, a direcção do Hospital Agostinho Neto convidou a imprensa para uma conferência para dar conhecimento aos utentes sobre os procedimentos do Hospital relativamente a pandemia (COVID19), nomeadamente o atendimento de casos suspeitos e estrutura montada.
Durante a mesma, o PCA do HAN sublinhou que mais importante que os meios que possam existir, é a contenção do vírus. E revelou que há nove doentes em isolamento, para evitar contaminações. Todos estão assintomáticos e sem necessidade, portanto, de grande intervenção médica.
Amanhã é dia da primeira sessão parlamentar de Abril (a de 16 foi extraordinária, para aprovação da declaração do segundo Estado de Emergência) e o debate vai centrar-se na COVID-19, mais concretamente, nos seus impactos no país.
Ao púlpito, para responder às perguntas dos deputados, sobe o do Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, uma presença solicitada pelo PAICV.
O mesmo ministro foi entrevistado pela Inforpress e revelou que Cabo Verde se apresenta diante dos estados-membro da União Africana (UA) como um dos países mais impactados pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Três anos de seca, uma forte dependência do turismo, entre outras vulnerabildiades colocam o país perante essa necessidade de um “tratamento especial”.
Entre as políticas contra o impacto da pandemia na economia estão várias medidas excepcionais de protecção social incluindo apoio aos trabalhadores com contrato de trabalho suspensos. A presidente do INPS anunciou que a parte dos salários que será paga pelo INPS começa a ser distribuída a partir de sexta-feira, 24. Há pedidos de 420 empresas, abrangendo cerca de 8.800 trabalhadores
Cabo Verde ficou relativamente bem na fotografia do ranking de Liberdade de Imprensa, hoje divulgado pela Repórteres Sem Fronteira (RSF), mantendo a posição (25), mas subindo ligeiramente a pontuação global, em relação a 2019.
Ainda há fragilidades para a imprensa, mas nada que se compare com o que se passa na maior parte dos restantes 180 países analisados.
Em muitos deles, os governos viram na pandemia da COVID-19 uma oportunidade para controlarem e exercerem uma pressão sobre a imprensa, que em circunstâncias normais teriam dificuldades em fazer aprovar.
Entre os países da lista-negra estão a China e o Irão, pela censura que fizeram as noticias sobre o desenvolvimento da pandemia, e também os EUA e o Brasil, que incentivaram ao ódio contra os jornalistas. A lista continua com atentados graves à liberdade de imprensa no Iraque, Hungria, Filipinas, entre outros.
Recentemente, em Cabo Verde, recorde-se, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, congratulou-se com o facto de os direitos de informar e opinar se terem mantido intactos durante o Estado de Emergência.
Mas apesar do comparativamente consensual bom balanço, há entraves, descritos no relatório da RSF.
A estes, por cá, poder-se-ia adicionar um comunicado ameaçador e redundante (face à regulamentação,"direitos e deveres" do jornalismo sempre em vigor), que há tempos foi publicado pelo governo e dirigido (indiscriminadamente) a OCS e redes sociais, e que foi classificado de injustificável pelos jornalistas. Além disso, é discutível se o facto de agora se sonegar informação geográfica (a nível de bairros da capital, de maior impacto demográfico do que boa parte das ilhas) pode ou não colidir com o "direito de informar".
COVID-19 no Mundo
Lá se foi a esperança de que “imunidade do rebanho” possa facilitar a saída do confinamento. Pelo menos no curto/médio prazo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, só uma ínfima parte da população mundial - 2% ou 3% - parece ter anticorpos no sangue que mostram ter sido infectada pelo novo coronavírus. Os testes serológicos assim o mostram. E além disso e muito importante: como já havia referido Maria Van Kerkhove, a líder técnica da OMS na COVID-19, mesmo que os testes mostrem que uma pessoa tem anticorpos, isso não prova que ela seja imune. (The Guardian)
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A origem do novo coronavírus continua a dividir opiniões: de um lado os que defendem que veio do laboratório de Wuhan, do outro, os que juram que veio de um animal, com o morcego e o pangolim como principais transmissores.
Entre os primeiros o Governo dos Estados Unidos da América que já anunciou estar a investigar do novo coronavírus ter-se propagado através de um laboratório chinês, em vez de num mercado. Está também o controverso Nobel da Medicina Luc Montagnier, laureado por ter ajudado a identificar o vírus do HIV, que garante que é vírus criado em laboratório. "É o trabalho de um aprendiz de feiticeiro", diz, acrescentando que a sequência do HIV foi inserida no genoma do coronavírus na tentativa de fazer uma vacina contra o HIV. (Sábado)
Do outro lado está o próprio Instituto de Virologia de Wuhan que desmentiu este domingo as suspeitas. E está também a OMS que, embora esclareça que não é possível, "nesta fase", determinar com exactidão a origem do vírus, “as evidências disponíveis sugerem que o vírus tem origem natural de um animal. Não é um vírus manipulado, nem criado. O mais provável é que o morcego seja o hospedeiro reservatório do vírus". (CNN via SIC notícias)
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O mundo ainda está de queixo caído com o crash do petróleo ontem. Pela primeira vez na História, o preço do barril do petróleo atingiu valores negativos na negociação em Nova Iorque. A pandemia fez colapsar a procura de crude e os produtores não têm onde armazenar. Mas na manhã desta terça-feira, estava já a haver uma pequena recuperação de preços nos mercados asiáticos. (Observador)
Números
Ao fim da tarde desta quinta-feira, contabilizavam-se 2.530.919 casos de infecção em todo o mundo (2.464.365, ontem), 669.433 dos quais recuperados (644.093 , ontem). O número de mortes é de 175.370 (169.116 , ontem).
(fonte: https://coronavirus.thebaselab.com/ às 18h05 de dia 21/04)
Sugestão do dia
O Museu Nacional da Imprensa de Portugal compilou vários cartoons de todo o mundo que está a expor numa galeria virtual que pode ser vista no Museu Virtual do Cartoon, um espaço online lançado em 2004.
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