Começando pelo que aparentemente está a correr bem, a Boa Vista tem já 47 recuperados e “apenas” seis casos activos.
Se a evolução da pandemia aí tem sido boa, segundo os dados oficiais, o mesmo não se passa em Santiago. Para além de dois casos activos no Tarrafal e um em São Domingos (que regista também um recuperado), há 215 casos activos na Praia. Em 24h, houve um aumento de 22 casos (três, que não tinham sido contabilizados, foram inseridos no sistema ao fim do dia de ontem, e hoje foram registados mais 19 ). Dá quase um caso descoberto por hora.
Se estamos bem ou mal posicionados neste macabro ranking da pandemia, se as medidas foram as melhores, é avaliação que depende da perspectiva. O PAICV considerou hoje que as medidas do governo adiaram a propagação do vírus, mas não foram suficientes para impedir a mesma na Boa Vista e Santiago. Importa saber, avançou o líder da bancada parlamentar, destacamente, “ O que é que não terá funcionado bem na Praia?” A oposição está também preocupada com a paralisação da economia, “principalmente quando se sabe que as famílias não têm poupanças suficientes que criem almofadas para minimizar os impactos deste choque”.
Sobre os resultados sanitários das medidas tomadas, o Ministro da Saúde ripostou com prospecções: “Se nada tivesse sido feito e, segundo as projecções nacionais, mas também da OMS, neste momento estaríamos com 4 mil casos e cerca de 40 mortos”. Apesar da soma diária de infectados na Praia, o balanço, não sendo perfeito, é positivo, com uma taxa de incidência da epidemia, neste momento, de 0,4/1000 e dois óbitos a registar. As medidas, considera, “surtiram os efeitos desejados até este momento com o aplanamento da curva da epidemia e, sobretudo, evitado a pressão sobre as estruturas de saúde”.
Quanto aos casos da Trindade (40, entre profissionais e pacientes), o ministro defendeu que “é difícil muitas vezes saber que o vírus está presente num determinado lugar, é normal haver alguma propagação da epidemia nesse lugar”...
Ainda falando em Hospitais. As máscaras faciais são hoje um produto essencial e quantas mais melhor, mas essa importância é ainda maior nas estruturas de saúde e serviço público. O Banco de Fomento Internacional (BFI) ofereceu um carregamento de máscaras no valor de mil contos ao Hospital Agostinho Neto e à Polícia Nacional. A oferta vem numa altura em que, conforme revelou o PCA do HAN, o hospital tem um gasto mensal de cerca de 4 mil contos nesse EPI.
Entretanto, o Presidente da República manteve hoje mais reuniões e daqui a pouco, às 20h, vai fazer a sua declaração ao país sobre a prorrogação, ou não, do estado de emergência. Aguardemos...
COVID-19 no Mundo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a América regista agora 1,74 milhões de casos confirmados de coronavírus e superou a Europa, que totalizava 1,73 milhões nas últimas horas e era, desde meados de Fevereiro, o epicentro da pandemia. (LUSA)
O Lesoto era até agora o único (?) país africano sem casos de infecção pelo novo coronavírus. Hoje, o país registou a primeira infecção, correspondente a um cidadão vindo do estrangeiro. Há, ainda, um pequeno reduto em África - o território da República Saarauí, também membro da União Africana, - que continua sem registo de casos positivos.
A Comissão Europeia apresentou esta quarta-feira uma série de recomendações para “ajudar os Estados-membros a levantar gradualmente as restrições aplicáveis às viagens” e relançar o turismo. No caso da aviação, Bruxelas foi ao encontro das expectativas do sector ao não mencionar a ideia de haver lugares vazios para criar distâncias de segurança, algo que iria dificultar mais a recuperação do sector, nomeadamente as companhias low cost. Uma regra geral é a de utilização de máscara facial. A notícia é do Público.
O coronavírus continua a desconcertar os médicos. Os sintomas mais comuns da COVID-19 são respiratórios: tosse, febre ou pneumonia. Mas o vírus parece estar também a atacar diretamente alguns órgãos. . Coágulos sanguíneos de vários tamanhos (e portanto, tromboses e outras complicações), insuficiência renal ou inflamação cardíaca são exemplos de complicações que têm surpreendido os profissionais de saúde, especialmente quando surgem repentinamente em pacientes que ao início apenas tinham tosse ou febre. "O vírus afecta todo o corpo” é a conclusão. (CNN / RTP)
Números mundiais
Num único dia houve 881 óbitos registados no Brasil devido à COVID-19, o que aumentou o número global para 12.400 mortos devido ao novo coronavírus desde o início da pandemia no Brasil. É reconhecida uma enorme subnotificação de casos...
Ao fim da tarde desta quarta-feira registavam-se 4,396,222 casos de infecção (4,310,783 ontem) dos quais 1,637,705 recuperados (1,566,559 ontem). Já 295,745 pessoas morreram devido ao novo coronavírus (290,453 ontem).
(fonte: https://coronavirus.thebaselab.com/ às 17h43 de dia 13/05)
Sugestão do dia
No dia em que vamos saber se chegamos ou não ao fim do estado de emergência em Santiago e Boa Vista (ou em apenas uma das ilhas), a sugestão é de dois artigos (em inglês) sobre o fim da pandemia.
- A realidade pode ser bem mais estranha do que a ficção, mas ambas se ajudam a perceber mutuamente. O worldcrunch publicou uma compilação de seis obras sobre pandemias e a forma como terminam. O artigo vem com pandemic spoiler alert!
Na Imagem, um livro lançado em 2020, da autoria do Prémio Pulitzer Lawrence Wright, que acaba da seguinte maneira: “A verdadeira origem do vírus é descoberta (e os teóricos da conspiração vão adorar a reviravolta) e o protagonista [um epidemiologista] acaba por estar em boas vias para encontrar uma vacina. Mas o mundo parece que nunca irá recuperar totalmente.”
- O outro é um artigo do The New York Times também sobre 'Como acabam as pandemias'. “Os historiadores dizem que depende do fim médico, quando as taxas de infecção e de morte caem, ou do fim social, quando as pessoas deixam de ter medo. Podem vir em alturas muito diferentes”, diz o artigo.
Sim, “pode ocorrer um fim, não porque uma doença tenha sido vencida, mas porque as pessoas se cansam do modo de pânico e aprendem a viver com uma doença”... A reportagem resgata a memória de várias outras epidemias e a verdade é que muitas vezes não se sabe ao certo como a epidemia acaba. A peste Bubónica, por exemplo: “Alguns estudiosos argumentaram que o tempo frio matou as pulgas portadoras da doença, mas isso não teria interrompido a propagação pela via respiratória”... “Ou talvez tenha sido uma mudança nos ratos”... ou “a bactéria evoluiu para ser menos mortal. Ou talvez as acções humanas, como a queima de aldeias, tenham ajudado a conter a epidemia”...
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